Lipedema: 10 curiosidades sobre o diagnóstico
O
lipedema - uma condição crônica e progressiva que se caracteriza pelo acúmulo
desproporcional de gordura nos membros, causando dor na região afetada -
tem ganhado cada vez mais destaque na mídia, nas redes sociais e nos
consultórios médicos. O motivo principal é por ter sido um assunto discutido
entre algumas influenciadoras e celebridades: a modelo Yasmin Brunet, a
repórter Juliana Massaoka e a influenciadora Luana Andrade são alguns nomes.
Luana, inclusive, veio a óbito depois de se submeter à lipoaspiração no joelho,
por um quadro de embolia em seu pós-operatório. Desde então muito se tem falado
sobre o diagnóstico desta condição, que ganhou oficialmente um CID -
Classificação Internacional de Doenças - apenas em 2022.Freepik.com
Dra Marcela Rassi, médica endocrinologista e professora da Pós Graduação em
Endocrinologia da Sanar e Afya apresenta 10 curiosidades sobre o lipedema:
2- Lipedema NÃO é resultado de maus hábitos alimentares: muitos acreditam que o excesso de gordura seja proveniente da má alimentação, tal qual a obesidade. Não, o diagnóstico não está relacionado a hábitos alimentares inadequados. Mesmo mulheres que mantêm uma dieta saudável e praticam exercícios regularmente podem desenvolver a condição devido a fatores genéticos e hormonais;
3- Lipedema e Linfedema não são a mesma doença: ainda que as duas doenças apresentem o inchaço como sintoma, lipedema e linfedema têm causas distintas. O lipedema envolve o acúmulo de gordura, enquanto o linfedema é causado pelo acúmulo de líquido linfático. Importante dizer que os dois podem acontecer simultaneamente, agravando sintomas e incômodos;
4- Os hormônios femininos estão diretamente relacionados com a doença: períodos de grandes mudanças hormonais - puberdade, gravidez ou menopausa, podem ser cruciais no desenvolvimento do lipedema ou progressão do quadro, já que é direta a relação entre os hormônios femininos e o desenvolvimento da doença;
6- Além do impacto físico, lipedema causa impacto na saúde mental: o estado constante de dor crônica e as alterações físicas que trazem consigo o lipedema podem afetar diretamente a saúde mental. Não é incomum em pacientes diagnosticadas com lipedema o desenvolvimento de quadros de depressão, ansiedade e transtornos de imagem;
7- O diagnóstico nem sempre é simples e pede conhecimento especializado: o diagnóstico pode não ser fácil e requer exame físico detalhado, avaliação do histórico familiar e de estilo de vida do paciente. Além disso, exames complementares podem ser solicitados como avaliação hormonal e exames de imagem
8- Terapias chamadas conservadoras são as primeiras linha de tratamento: mudanças no estilo de vida com dieta adequada, controle do peso e suplementação quando necessária associada a exercícios específicos, drenagem linfática manual, uso de roupas de compressão e fisioterapia ajudam a melhorar a circulação, reduzir o inchaço e aliviar a dor em pacientes acometidos pelo lipedema;
10- O tratamento é sempre contínuo e pede dedicação e disciplina: o lipedema é uma condição que pede acompanhamento constante e multidisciplinar, sempre variando de caso a caso. Na maioria das vezes inclui acompanhamento com endocrinologista, fisioterapeuta, médico vascular e nutricionistas, sempre visando a melhoria dos sintomas e qualidade de vida do paciente.
* Dra Marcela Rassi é formada em Medicina pela Universidade Federal de Goiás. Especialista em Endocrinologia e Metabologia pela Universidade de São Paulo (USP) Doutora em Endocrinologia pela mesma universidade - e com passagem pelo National Institute of Health (Estados Unidos), Dra Marcela certificou-se internacionalmente em Medicina do Estilo de Vida pelo International Board of Lifestyle Medicine, a instituição mais renomada mundialmente neste tema. É Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, do American College of Lifestyle Medicine e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida, Dra Marcela é também professora da Pós Graduação em Endocrinologia da Sanar e Afya-IPEMED.
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